Com custo elevado de querosene de aviação (QAV), empresa fundada pelo norte-americano David Neeleman projeta ter até 2025 apenas aviões de última geração
Na ensolarada manhã da quinta-feira (15), a Azul Linhas Aéreas Brasileiras deu mais um passo para tornar a frota de aeronaves mais eficiente e limpa. No dia em que comemorava os 14 anos da primeira decolagem da companhia, que partiu do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), para Salvador (BA) em 2008, levantou voo a operação inaugural do primeiro Airbus A350 da aérea.
Mais do que ser uma celebração do aniversário da empresa, o voo saindo de Viracopos com destino a Orlando, nos Estados Unidos, é a subida de mais um degrau na estratégia da companhia em apostar na maior eficiência da operação com aeronaves que consumam menos combustível. Até o ano de 2025, a Azul pretende ter trocado toda a frota por aviões mais econômicos e menos poluentes.
Um exemplo de como a aérea vem se empenhando para mudar o perfil de sua frota é a troca dos Embraer E1 pelos E2, que consomem 26% menos combustível. A chegada dos Airbus A350 já estava prevista há um bom tempo nos planos da Azul, que tem como ambição ampliar a sua malha internacional com destinos como Nova York. Os 350 farão as rotas mais longas, no primeiro momento nos voos regulares que a empresa já tem para os Estados Unidos (Orlando e Fort Lauderdale) e Europa (Lisboa).
“Já recebemos o nosso segundo Airbus A350 e outros dois devem vir até o final do primeiro trimestre do próximo ano. Estamos avaliando os destinos nos quais irão operar. Estamos conversando com os responsáveis pelo aeroporto de Lisboa para checar se há como operar com o 350 lá. Mas teremos novidades em 2023 com novo destino internacional”, disse o presidente da Azul, Abhi Shah.
Ele apontou que, atualmente, a companhia tem seis voos regulares por dia para o exterior partindo de Viracopos: dois para Orlando, dois para Fort Lauderdale, na Flórida (EUA), e dois para Lisboa, Portugal. No começo do próximo ano, mais um voo para a capital portuguesa será operado pela aérea. Abhi Shah destacou que a empresa iniciou na última semana voos de Manaus e Belém para Fort Lauderdale.
O CEO da Azul disse que nos próximos anos a companhia estará focada em fazer a troca da frota por aeronaves mais econômicas e menos poluentes. “Até 2025, teremos realizado toda a troca da nossa frota que será mais eficiente, econômica e limpa. Já iniciamos esse processo com a compra de E2 (Embraer E2) que estão substituindo os E1. Os E2 queimam 26% menos combustível. Também temos aeronaves da Airbus que são mais eficientes como o 350, que vai nos permitir um melhor custo nas operações de voos longos”, detalhou.
Abhi Shah destacou que a frota mais eficiente reduz custos da companhia e permite ampliar a malha. Atualmente, a Azul chega a 160 cidades no Brasil, além dos destinos internacionais. A companhia também tem uma rede de parceria com outras companhias aéreas no mundo que permitem ao viajante comprar passagens para lugares que ela não opera diretamente como a Espanha e a Inglaterra.
A troca da frota também é uma estratégia que impulsiona um outro negócio da Azul: transporte de cargas. Aeronaves maiores permitem mais cargas. O presidente da companhia afirmou que o setor de transporte de mercadorias está muito aquecido e hoje a empresa leva produtos brasileiros para os Estados Unidos e Europa. “Nós utilizamos uma parte do porão para transporte de cargas. Temos grandes volumes de cargas para os Estados Unidos e Europa. Já chegamos a ter voos dedicados apenas a cargas para destinos no exterior” apontou Abhi Shah.
14 anos de Azul
A Azul Linhas Aéreas Brasileiras chega aos 14 anos em um mercado ainda em recuperação, depois do tombo provocado pela pandemia. O CEO da companhia, John Rodgerson, afirmou que a empresa foi refundada em 2020, quando 12 mil funcionários, chamados de tripulantes, mantiveram a empresa em pé no meio da crise gerada pela emergência sanitária da Covid-19.
“Nós agradecemos muito aos nossos tripulantes que estiveram conosco nesse momento tão duro. A Azul foi refundada desde a pandemia para cá”, comentou. O executivo ressaltou que está otimista e acredita em expansão do mercado em 2023. Ele destacou que a pandemia promoveu um crescimento da demanda por destinos nacionais impulsionando o turismo local.
Abhi Shah lembrou que quando a Azul chegou no mercado brasileiro, em 2008, o mercado brasileiro tinha 50 milhões de passageiros. No período pré-pandemia, pouco mais de dez anos depois, o volume chegou a 100 milhões. “A Azul foi responsável por 28 milhões de passageiros nesse período, que representou 60% do avanço do mercado”, afirmou o presidente da Azul.
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