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Gangorra de preços na bomba de combustíveis preocupa motoristas

Vaivém com as mudanças em tributação e na política de precificação da Petrobras mexe no valor na ponta


Queda: especialistas apostam em preços mais baixos dos combustíveis nos próximos meses. Foto: Agência Brasil

Há duas semanas os brasileiros tiveram uma boa notícia com a alteração da política de preços dos derivados de petróleo estabelecida pela Petrobras e também uma redução do valor de combustíveis. Na refinaria, o litro da gasolina caiu R$ 0,40 e do diesel baixou R$ 0,44. Nas bombas, não foi tanto assim. Mas já trouxe uma esperança para o consumidor de um futuro de tanque cheio gastando menos. Só que a partir desta quinta-feira (1º de junho), o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) volta a incidir com tarifa fixa de R$ 1,22 por litro, que deve provocar um acréscimo médio de R$ 0,16 no litro da gasolina.


De acordo com levantamento de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço médio da gasolina em Campinas, na semana de 7 a 13 de maio, foi de R$ 5,51. O valor caiu para R$ 5,17 na semana entre os dias 21 e 27 de maio. Não foi uma baixa com o mesmo impacto que ocorreu nas refinarias, após a mudança da política de precificação da estatal que desatrelou o custo dos derivados às importações de produtos, mas foi um alento para os motoristas.


Agora, todos se prepararam para, de novo, o preço subir. “A subida é sempre mais rápida e maior do que a queda. É impressionante como no Brasil a cadeia produtiva tem altos lucros imensos. Só espero que pare por aí. Vamos ver se a política de preços da Petrobras vai ter mesmo efeito de redução de preços a médio e longo prazo como dizem os especialistas. Por enquanto, eu estou pagando caro nos combustíveis”, afirmou o professor, Mário Sérgio Teixeira. Como dá aula fora de Campinas, ele roda bastante e sabe que mesmo pesquisando muito está difícil encher o tanque com o mesmo valor em duas semanas seguidas.


O mecânico Pedro Aquino de Lima também lamenta essa gangorra que não permite prever os gastos com combustíveis no mês. Ele tinha uma moto há pouco tempo atrás, mas teve que vendê-la para pagar contas e agora só roda de carro. “Uso o carro para trabalhar. Levo minha mulher no trabalho e meus filhos na escola. Carro para mim não é luxo. Preciso dele para ganhar tempo no deslocamento pela cidade para chegar ao trabalho e cuidar da minha família. Gasto muito com isso todo mês. E fica difícil porque cada dia gasolina e álcool estão com um preço diferente. Pesquiso bastante antes de parar e abastecer”, contou.


Política de Preços


O professor da Faculdade de Ciências Econômicas da PUC-Campinas, Roberto Brito de Carvalho, afirma que a tendência é que nos próximos meses os preços dos derivados caíam e se estabilizem sem essa gangorra atual. “Nos próximos meses, os preços devem cair não apenas em decorrência da revisão da política de preços da Petrobras, mas, também, pela desvalorização cambial”, analisa.


Carvalho afirma que a mudança promovida pela estatal terá impacto significativo sobre os preços dos derivados de petróleo e o gás de cozinha (GLP). “Além disso, há o impacto na contenção da inflação. Portanto, são medidas econômicas que devem criar uma folga no orçamento doméstico das famílias que está bastante apertado hoje”, comenta. Ele também acredita em juros menores até o final deste ano.


O especialista diz que a tendência também é de mudança nos investimentos da companhia que nos últimos anos deu prioridade para pagamento de dividendos aos acionistas. Como o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem como política econômica incluir a força de empresas públicas como indutora de desenvolvimento econômico, a Petrobras deve aplicar recursos em projetos que impulsionem cadeias produtivas no país.

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