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  • Foto do escritorAdriana Leite

Preço médio da gasolina está 10,3% abaixo de 2022 em Campinas

Mesmo com volta dos impostos, levantamento com base em dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP) mostra que valor do litro ainda é menor do que 1 ano atrás


Bomba: consumidor não entende a diferença dos reajustes de preço na refinaria e o que chega nos postos de gasolina.

Depois de perder o emprego em uma fábrica, o motorista Mário José Silva passou a fazer transporte por aplicativo e também particular. O preço do combustível pesa muito no bolso dele e Mário conta cada centavo que gasta com isso. O vaivém do valor nas bombas e o tira ou recoloca dos impostos preocupa o trabalhador.


Com o aumento de R$ 0,47 com a volta gradativa da PIS/Cofins, Mário já projetou dias mais complicados pela frente. Mas nas primeiras semanas deste mês, o custo nos postos de Campinas ainda estava abaixo do começo de março do ano passado. De acordo com o levantamento de preços da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o valor médio no início deste mês foi de R$ 5,56, enquanto no mesmo período de 2022 era de R$ 6,20 – 10,3% abaixo.


Contudo, quando a comparação é entre o final de fevereiro deste ano e a segunda semana de março, a variação no custo do litro da gasolina foi de R$ 0,61 – passando de R$ 4,95 para R$ 5,56. A diferença está acima do R$ 0,47 projetado pelo governo de impacto da volta gradativa da tributação.


“Fico preocupado cada vez que ouço que a Petrobras vai subir os preços na refinaria, já sei que no mesmo dia os postos aumentam nas bombas mesmo antes de receber estoque novo com a alta. A volta dos impostos vai deixar mais caro a gasolina e o álcool e isso é muito difícil para quem vive de transporte”, afirma o motorista. Por mês, ele gasta mais de R$ 2 mil com combustíveis.

Especialistas acreditam que era necessário retomar a incidência de impostos que foram cortados sem planejamento e como uma ação eleitoreira no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo precisa de recursos para manter áreas como Saúde, Educação, investimentos e projetos sociais. Para tentar desarmar essa bomba fiscal, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter o imposto zero para derivados como diesel e retornar aos poucos com a tributação sobre a gasolina e o etanol.


Para Mário, o mercado de combustíveis não é nada fácil de entender. “O governo anuncia na refinaria um aumento de 20 centavos, por exemplo. Mas no mesmo dia, no posto isso vira 60 centavos. Aí a gente pergunta para os frentistas e a resposta é sempre que o combustível está caro mesmo e que o posto só repassou o que a distribuidora cobrou. A verdade é que todo mundo quer tirar vantagem do pobre do motorista”, critica.


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