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Foto do escritorAdriana Leite

Cargueiro Beluga chega a Viracopos, destino dos super aviões no Brasil

Aeronave da Airbus vem a América Latina pela primeira vez e transporta até Campinas o helicóptero de luxo modelo ACH160 da própria fabricante francesa



Os super aviões encontraram no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), a porta de entrada para operar no Brasil. Depois de recepcionar o Antonov AN-225 Mriya (que foi destruído na Guerra da Ucrânia), o Antonov AN-124 e o Airbus A350, nesta segunda-feira (25), foi a vez de receber o Avião BelugaST 'Super-Transporter', conhecido como “avião baleia” que trazia o helicóptero de luxo modelo ACH160 da Airbus, que também é a fabricante do gigante dos ares.


Não é por acaso que Viracopos é o destino dos grandes cargueiros que trazem cargas especiais para o Brasil. O aeroporto tem uma pista de 3.240 metros de comprimento e infraestrutura com pátios, aduana e terminal de cargas com operação robotizada. Outra vantagem é o clima que permite a operação com segurança durante praticamente o ano todo, que é uma garantia a mais para os pilotos de aviões como o Beluga, que pousou às 13h50 na cabeceira 15.


Centenas de curiosos, trabalhadores do aeroporto, jornalistas e spotters aguardavam ansiosos para ver de perto, ou o mais próximo que fosse possível, o colossal avião, cujo projeto foi baseado no A300-600ST, que tem 17,25 metros de altura, 56,16 metros de comprimento externo e 44,84 metros de comprimento de ponta a ponta de asa.


Até pouco tempo atrás, o Beluga ST era usado apenas para o transporte de cargas e peças entre as bases de operação da Airbus na Europa, mas com o desenvolvimento da segunda geração do equipamento, o BelugaXL, baseado no A330, e o aumento da demanda pelo “avião baleia” para transporte de cargas especiais, os cinco equipamentos do modelo entraram em operação comercial.


“O Beluga é um avião que não fazia transporte comercial normal. Ele era uma aeronave usada para transporte interno entre as nossas operações na Europa. Com o aumento da demanda pelo transporte de cargas volumosas, a Airbus resolveu abrir uma operação comercial com o Beluga. A Airbus criou uma empresa na qual estão alocados os cinco aviões para fazer o transporte de cargas especiais. É uma grata surpresa a quantidade de procura que temos para o uso do Beluga. Ainda mais depois da pandemia, quando houve um problema mundial de transporte de cargas, esse avião acabou sendo muito utilizado”, detalha o presidente da Airbus Brasil, Gilberto Peralta.

Ele acrescenta que o Beluga também era muito utilizado em voos para causas humanitárias, como levar cargas para regiões devastadas por desastres e catástrofes. Mas com a grande procura pela prestação de serviços do equipamento e a chegada do novo avião cargueiro, o “avião baleia” agora atende clientes comerciais.


“Os novos aviões serão maiores do que o Beluga. Eles são baseados na plataforma do 330-200 e terão um range (alcance) maior. O Beluga tem um problema de range. Por isso, ele teve que fazer escala técnica em Dakar, no Senegal, e em Fortaleza para reabastecer. Ele não conseguiria chegar aqui direto. Mas o 330, que é baseado na plataforma do 200, tem muito mais range e consegue fazer voos mais longos. Mas, em princípio, o XL será para uso interno entre as operações da Airbus”, diz Peralta.


Destino dos super aviões no Brasil


Viracopos é o maior aeroporto cargueiro do país e está na rota dos super aviões que chegam ao Brasil. A infraestrutura para recepcionar as aeronaves é um ponto forte que torna o terminal de Campinas um destino certo dos gigantes do ar. O diretor de Operações de Viracopos, Marcelo Mota, afirma que foi montada uma grande operação que começou há quatro meses para a chegada do Beluga.


“Viracopos já tem um histórico de receber as grandes aeronaves. Recebemos o Antonov 225, o Mriya, que foi destruído (pelos russos na Guerra da Ucrânia), infelizmente. Também recebemos diversas vezes o Antonov AN-124. Já recepcionamos o Airbus A350. E agora esse gigante da aviação que é o BelugaST”, celebra.

Mota lista os fatores que colocam Viracopos na rota dos grandes aviões: pista de 3.240 metros de comprimento, infraestrutura com pátios que permitem a segregação do equipamento do restante das operações do aeroporto, integração entre os órgãos concedentes e a administração do aeroporto fato que agiliza o trâmite aduaneiro e a posição de Viracopos como o aeroporto que mais recebe cargueiros puros no Brasil.


“De fato, Viracopos tem essa vantagem primeiro de pátio. O aeroporto tem a capacidade de receber aviões código F que é a categoria das maiores aeronaves do mundo. Além dos pátios temos uma pista de pousos e decolagens com mais de 3.200 metros, que é uma das maiores do Brasil, e permite o pouso dos gigantes da aviação. Outro fator é que a carga é a vocação de Viracopos. Nossos terminais são modernos, robotizados e têm grande capacidade de processar com agilidade as mercadorias”, aponta o diretor de Operações.


O Beluga iria pernoitar no pátio do hangar de manutenção da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, onde ele recebeu o batismo oficial com jatos de água lançados pelo Corpo de Bombeiros, na tarde desta segunda-feira. A operação para descarregar as partes e peças do helicóptero modelo ACH160 será realizada no local. O helicóptero será montado nas oficinas da Azul e depois seguirá para o comprador.


Cumprida a missão no Brasil, o “avião baleia” volta nesta terça-feira (26) para a França. Mas vai deixar por aqui centenas de fãs que esperam vê-lo com seu design único - semelhante ao de uma baleia branca - outras vezes voando pelo Brasil.


Até breve, Beluga!





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