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  • Foto do escritorAdriana Leite

Região de Campinas recebe R$ 384,35 milhões da Desenvolve SP

Atualizado: 28 de abr. de 2022

Desembolsos do banco de fomento do Estado atendem empresas, startups, empreendedores e prefeituras


Recursos do banco são usados para capital de giro, ampliação da produção, inovação e em investimentos públicos

Os juros elevados no Brasil exigem de pessoas físicas, jurídicas e governos planejamento na hora da tomada de dinheiro seja para capital de giro, investimentos ou para fazer um crediário na loja. O jeito é buscar linhas de crédito com condições que sejam mais favoráveis. Um caminho é analisar os produtos oferecidos por bancos de fomento e as cooperativas de crédito. Entre o ano de 2019 e o começo de 2022, a Desenvolve SP – Banco do Empreendedor do Estado de São Paulo – emprestou R$ 384,35 milhões para clientes da Região Administrativa de Campinas.


Dados do banco estadual apontam que a pandemia impactou a busca por crédito. Em 2019, o volume desembolsado para a RA Campinas foi de R$ 137,89 milhões. O valor caiu para R$ 136,34 milhões em 2020, primeiro ano da crise sanitária. E baixou para R$ 96,66 milhões no ano passado. Nos dois primeiros meses de 2022, o valor dos empréstimos somou R$ 13,45 milhões para a região. O banco de fomento tem linhas de capital de giro com taxas que variam de 0,80% ao mês acrescidos de Selic a 2,63% (0,59% acrescidos da TLP) ao mês com operação atrelada ao BNDES.


Com o país crescendo abaixo do que se espera, inflação e juros altos, os empreendedores ainda pensam duas vezes antes de tomar crédito no mercado. Dono de uma pequena indústria de vestuário, José Cândido quer aumentar a produção para atender um novo mercado. “No começo da pandemia, quando tudo parou, precisei fazer empréstimos para manter a minha empresa de pé. Não foi fácil pagar tudo com juros tão elevados. Com corte de custos e vendendo para novos públicos, equilibramos as contas e pagamos o banco. Quero aumentar a minha empresa, só que o crédito está caro demais. Não vou fazer loucuras agora”, diz.




Crédito Subsidiado

Assunção aconselha a usar os recursos para investir na empresa

O presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef) Campinas, Valdir Augusto de Assunção, afirma que os recursos oriundos de cooperativas de crédito e bancos de fomento têm como premissas operar com taxas e prazos subsidiados. “Acredito que alinhar as necessidades de cada produto, com linhas de crédito específicas, tende a facilitar a obtenção dos recursos”, analisa o especialista.


Assunção diz que o crédito é fundamental para financiar toda e qualquer atividade. “Todavia não pode ser a única fonte. As empresas precisam gerar EBTIDA suficiente para financiar o operacional, deixando os recursos de financiamento externo para planos de investimentos”, explica o presidente do Ibef Campinas.


Ele aconselha as empresas que estão endividadas a refinanciar as dívidas “de preferência alinhadas com as respectivas gerações de caixa”. Assunção ressalta que para evitar novos empréstimos é necessário “fazer uma análise profunda da estrutura de custos para otimizar a rentabilidade dos respectivos produtos”.


O executivo de Finanças diz que há hoje instrumentos que permitem uma análise mais detalhada dos custos, e se for preciso reduzi-los, fazer de uma forma direta e racional. “Um exemplo é a Gestão Matricial de Despesas”, cita Assunção.


Juros x Inflação


No Brasil, a taxa de juros é usada como um dos instrumentos para conter a inflação. O patamar da Selic – taxa básica da economia brasileira – é o mais elevado dos últimos cinco anos com os atuais 11,75% ao ano. Assunção diz que “a utilização dos juros como instrumento de controle da inflação é o principal instrumento utilizado pelo Bacen para evitar depreciação do real e fuga para outras moedas”. Ele destaca que hoje a inflação afeta as principais economias do mundo.


Ele observa que temos uma inflação de custos e de demanda pressionando a economia. ”A inflação de custos está correlata com fatores climáticos aqui no Brasil. Um exemplo é que a região produtora de hortifrutis (Nordeste) tem sido castigada por chuvas, que além de prejudicar os produtos, dificulta a logística do transporte para os centros consumidores. Já a região Sul, produtora de grãos como trigo, soja e milho, tem sido afetada por um longo período de estiagem, comprometendo a produção desses itens básicos”, analisa.


O presidente do Ibef Campinas lembra ainda que o conflito entre Rússia e Ucrânia também afeta os custos de produção pela restrição na importação de trigo, redução na disponibilidade de petróleo e insumos para produção de defensivos agrícolas. “Na outra ponta, temos a inflação de demanda, uma vez que a redução da disponibilidade dos itens, principalmente de consumo, acaba fazendo os preços se elevarem. Infelizmente não temos a cultura de substituição desses itens por similares mais baratos”, afirma.


Assunção diz que a perspectiva para a taxa de juros no Brasil está alinhada diretamente com o comportamento da inflação, cuja projeção é crescente. “Infelizmente, a economia não deve ter um crescimento robusto neste ano e teremos um cenário eleitoral conturbado”, prevê o executivo de Finanças.



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