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  • Foto do escritorAdriana Leite

Viracopos fecha o ano com receita bruta de R$ 1,5 bilhão

Faturamento do aeroporto cresceu 36,3% em relação ao R$ 1,1 bilhão do ano de 2021


Viracopos: aeroporto teve lucro pelo segundo ano consecutivo. Fotos: Osvaldo Furiatto Júnior

O ano de 2022 foi desafiador para a economia brasileira e mundial. Guerra na Ucrânia, impacto da Covid-19, inflação alta e a eleição presidencial influenciaram no desempenho dos diferentes setores produtivos no país. O Aeroporto Internacional de Viracopos se transformou em um ponto fora da curva com números recordes e fechando no azul pelo segundo ano consecutivo. A receita bruta atingiu R$ 1,5 bilhão no ano passado.


Em 2021, o faturamento foi de R$ 1,1 bilhão. De um ano para o outro, o crescimento da receita bruta foi de 36,3%. Antes da pandemia, a média era de R$ 800 milhões por ano. As receitas com cargas representaram 70% do total. Passageiros responderam por cerca de 18% e as receitas com as áreas comerciais chegaram a 12%.


“O ano de 2022 foi muito desafiador, mas os nossos resultados foram espetaculares. Batemos recordes e fechamos o ano com lucro. Nossa receita bruta atingiu R$ 1,5 bilhão. Antes da pandemia, a média era de R$ 800 milhões por ano. Praticamente, dobramos esse valor. Os investimentos contínuos na qualidade dos nossos serviços, na infraestrutura do aeroporto e a busca de novas oportunidades de negócios alavancaram o nosso desempenho”, comenta o diretor de Operações, Marcelo Mota.

Ele lista quatro fatores que impulsionaram os resultados positivos de Viracopos no ano passado. O primeiro deles foi oferecer uma infraestrutura adequada para o atendimento da demanda de cargas e passageiros. O segundo foi o nível de qualidade dos serviços oferecidos às empresas que operam em Viracopos e aos passageiros que usam o terminal. O terceiro fator é ser um hub de passageiros da Azul Linhas Aéreas Brasileiras S/A, que tem a maior malha nacional e se fortalece nos destinos internacionais; além de ser o principal terminal em voos de cargueiros puros do país. O último é a localização geográfica privilegiada do aeroporto.


Mota: Viracopos é uma estrela em constante ascensão.

“O aeroporto está próximo do triângulo de ouro da indústria nacional que são as regiões de Campinas, Sorocaba e São Paulo. E isso traz um grande volume de cargas para o terminal, principalmente insumos industriais. Também estamos perto de grandes centros urbanos como a capital paulista e o Interior de São Paulo, que são grandes emissores de passageiros”, diz o diretor de Operações.


Investimentos


A Aeroportos Brasil Viracopos, que administra o terminal campineiro, investiu mais de R$ 86 milhões em 2022 no equipamento aeroportuário. Segundo o diretor operações, foram injetados R$ 50 milhões na obra do Píer B, no terminal de passageiros, que permitiu flexibilizar a operação e atender a demanda de espaços em pátio nos horários de pico. Outros R$ 36 milhões foram empregados em melhorias e modernização no terminal de cargas e na manutenção do pavimento da pista de pousos e decolagens.


“Para 2023, nossa projeção é investir R$ 92 milhões. Em um setor tão competitivo, é necessário investir sempre e se adequar às demandas de mercado. Além disso, em Viracopos nós sempre estamos preocupados em atender os nossos clientes de forma eficiente e ágil. Queremos atrair mais empresas, passageiros e clientes para Viracopos por oferecer o melhor serviço e infraestrutura de qualidade”, comenta o executivo.


Prêmios


Mota diz que o empenho em oferecer melhores serviços resulta no reconhecimento do mercado. “Estamos recebendo muitos prêmios. E isso mostra que estamos no caminho certo quando apostamos em sempre oferecer novidades e melhorar os nossos serviços. A nossa excelente qualidade nos permite ter uma ótima posição no mercado”, ressalta o diretor. Ele destaca algumas premiações como os primeiros lugares na categoria Experiência do Cliente nas Américas e geral na Customer Centricity Awards 2022.


Dívida com BNDES


Com mais dinheiro em caixa, a ABV decidiu adiantar o pagamento de 10% do saldo devedor da dívida que a empresa tem com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A antecipação foi de R$ 227,5 milhões – esse valor se soma aos R$ 372 milhões, em média, que são quitados por ano referente ao financiamento que a companhia tem com o banco estatal.


Em 2022, a ABV pagou R$ 601 milhões ao BNDES e amortizou o impacto dos juros sobre o montante da dívida. De acordo com a concessionária, o adiantamento de mais de R$ 200 milhões resultou em uma redução de, aproximadamente, R$ 30 milhões ao ano em juros. Com a operação, a estimativa da empresa é antecipar em cinco anos o prazo final de vencimento do pagamento do financiamento, cuja data prevista inicialmente era até 2032.

A dívida total da ABV com o BNDES é hoje de R$ 1,9 bilhão


Relicitação


Em meio aos resultados recordes, Viracopos também vive a expectativa de qual será o seu destino futuro: continuar na administração da ABV ou passar por um novo leilão pelo governo federal. O processo para definir quem ficará com o aeroporto se arrasta há anos.


“Adotamos a estratégia de continuar tocando normalmente o nosso trabalho de fortalecimento e de promoção do crescimento de Viracopos. Há dois cenários postos: acabar a concessão com a ABV com o pagamento de uma justa indenização e ocorrer a relicitação do aeroporto ou manter a concessão, mas com base em um novo contrato com a concessionária atual. O cenário hoje do setor e da economia é outro. Mesmo no momento em que houve a concessão, aconteceu uma projeção superestimada que não se concretizou”, afirma Mota.

Com a mudança de governo e a parada nos processos de privatização de outros ativos públicos, não há um horizonte claro sobre qual será o destino de Viracopos. O diretor operações do aeroporto garante que a concessionária manterá o plano de investimentos. “Se Viracopos for relicitado, ele será entregue pela concessionária como um dos principais aeroportos do país em movimentação de passageiros, de cargas e em volume de negócios”, ressalta o executivo.

ENTENDA A RELICITAÇÃO DE VIRACOPOS

A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos decidiu devolver o aeroporto ao governo federal, após apontar prejuízos financeiros e não conseguir honrar com os pagamentos das parcelas dos acordos da concessão, que começou em 2012 e se estenderia por 30 anos. A dívida da empresa chegou a quase R$ 3 bilhões.


A ABV também entrou com pedido de recuperação judicial na Justiça para conseguir acordos com os credores de pagamento da dívida e manter a empresa em operação. Dentre os maiores credores estão a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e o BNDES.

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