O colunista José Augusto Ruas analisa o resultado do crescimento de apenas 1%
Desde a semana passada, apoiadores do governo de Jair Bolsonaro estão celebrando dados que, à primeira vista, parecem positivos para o Brasil. Um deles é o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) trimestral que avançou 1% no primeiro trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores.
O fato vem sendo comemorado como se o país estive surfando em uma onda gigante de crescimento. Mas o colunista do Notas Econômicas, José Augusto Ruas, alerta que a alta de 1% era esperada e está anos-luz de amenizar a crise econômica que assola o país e empobrece a população.
“O dado é interessante e positivo. Mas o crescimento de 1% é difícil de ser comemorado em uma economia que tem problemas dramáticos”, analisa o economista, que também vê um exagero na celebração de que o Brasil teria voltado a ser a nona ou décima economia mundial. “Esse dado é impactado pelo efeito cambial. O real teve valorização em relação ao dólar, assim como aconteceu com quase todas as moedas no mundo com a Guerra na Ucrânia”, explica.
Ruas diz que a avaliação de PIB relevante é a anual e o Brasil vive hoje uma estagnação econômica. “Esse avanço de apenas 1% não tem força para tirar a economia da estagnação. Seguimos em um contexto econômico muito difícil e que leva a população a ficar cada dia mais pobre. Não existe uma política econômica para impulsionar o crescimento sustentável do país”, critica.
José Augusto Ruas é economista e professor universitário.
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